Associação Reintegrando Crianças e Adolescentes em Risco – RECRIAR-BA, CNPJ 07547655/0001-23 entidade de Direito Privado sem fins lucrativos, considerada de utilidade Pública, Estadual e Municipal, situada na Rua Visconde de Caravelas, 31 – Largo do Papagaio – Ribeira, CEP: 40.421-630 – Salvador-Ba.
A idealizadora do projeto é a Missionária Eliete Alves de Moraes, que dirigiu por 25 anos uma Instituição chamada APEC – Aliança Pró Evangelização das Crianças que oferece treinamento para Professores de contação e dramatização de Histórias oportunizando experiências nos próprios bairros onde residem as crianças, objetivando a formação do caráter, a ética e a moral.
Neste período, durante o percurso do local do trabalho e a praça da Piedade, observou um grupo de mais ou menos 15 (quinze) crianças, cheirando cola e os convidou para que comparecessem à sede da APEC. Lá chegando tomavam banho, lanchavam e participavam de oficina de artesanato e ouviam histórias que se assemelhavam às suas vidas, utilizando fantoches e outros recursos; isto durante 4 anos, de 1992 a 1997. Porém, esta casa não tinha estrutura para atendê-los e um dos meninos lhe perguntou “por que não arrumava uma casa para a gente dormir”?
Com a aposentadoria desta Missionária, Eliete Alves de Moraes em 2003, surgiu em seu coração o desejo de implantar casas Lar para abrigar crianças e Adolescentes em situação de Risco.
Em 18 de junho de 2005 foi fundada a Associação Reintegrando Crianças e Adolescentes em Risco, Recebeu em doação a casa que serviria de abrigo, que foi reconstruída e adaptada como casa lar durante o ano de 2006. Neste período foi feito pesquisa de campo com 16 adolescentes que viviam no bairro da Barra com objetivo de elaborar o projeto de Implantação da Associação. Ainda neste mesmo ano trabalhando na rua com estes adolescentes, foi feito trabalho de reintegração às famílias e a sociedade.
Foi prestado atendimento a 05 (cinco) adolescentes e dois deles foram encaminhados para centro de Recuperação por serem dependentes químicos e R.M.A.N. de 17 anos após o período exigido para o tratamento teve alta e começou a trabalhar com contrato de prestação de serviço na reforma da casa como ajudante de pedreiro. W.S. de 16 anos, por ter apenas situação de rua e residir num barraco em terreno próprio, com a genitora e 03 irmãos, foi feita uma mobilização para conseguir recursos financeiros pela diretoria da Recriar e se construiu uma casa de 50m². A genitora e o filho foram encaminhados para tratamento psicológicos, os 03 filhos matriculados na escola e o adolescente colocado como aluno aprendiz numa fábrica de couro Búfalo Bill e posteriormente contratado.
A partir de 2007 a Recriar desenvolveu o Programa de Alta complexidade -Programa de acolhimento Institucional, medida protetiva, cujo objetivo é proporcionar assistência global, ou seja, física, espiritual, emocional, social e profissional a crianças e adolescentes em risco juntamente com suas famílias, visando a interação dos vínculos afetivos entre pais e filhos, gerando a reestruturação da família e da autoestima de cada indivíduo, bem como sua inserção na comunidade.
Este programa foi desenvolvido até 2016, quando foram acolhidos 110 crianças e adolescentes, destes 70% foram reintegrados às suas famílias e comunidade, ao mercado de trabalho, ingressaram na faculdade, dois estão morando e trabalhando na Europa.
Em 2016 foi implantado o Marco Regulatório, que reordenou o serviço de acolhimento de crianças e adolescentes, exigindo das entidades acolhedoras o atendimento sem recortes de idades e de gênero. Devido a estrutura física da instituição, tornou-se inviável dar continuidade a esta modalidade de serviço. E como o Estatuto da Associação, no seu capítulo II, art. 2º inciso XI, faz previsão de implantação Centro Social Comunitário e este já fazia parte dos objetivos da presidente, que era de uma intervenção a nível preventivo, na comunidade do entorno da instituição que possui uma população muito carente, com muitas crianças e adolescentes vulneráveis, portanto oferecer um Serviço de Proteção Social Básica, conforme elencada na Loas/93.
Em 2017 foi realizado uma pesquisa de campo com a população no entorno da sede da Associação que apontou que a mesma se ressente da falta de equipamentos essenciais básicos, como: postos de saúde, escola de tempo integral, saneamento básico, associações e projetos que capacitassem profissionalmente adolescentes, jovens, mas que tivessem também orientação para pais com dificuldades em dar limites a seus filhos, a fim de que estes não fossem cooptados, atraídos por traficantes. Alegaram também falta de espaços de convivência para lazer das crianças o que não permitiria que as mesmas ficassem ociosas pelas ruas.
Como se observou pelo resultado da pesquisa e análise da legislação que ampara crianças, adolescentes e famílias, há uma frontal violação destes direitos. Em virtude disto, concluiu-se que para suprir esta lacuna de políticas públicas, (obrigação do Estado e do Município) e de instrumentos que os capacite a orientar seus filhos, o Centro Social como sociedade civil comprometida com a Causa da pessoa humana em desenvolvimento, criança e adolescente, sujeito de direitos civis e das famílias, decidiu ofertar serviços técnicos com equipe multidisciplinar composta de A. Social, Psicóloga e Pedagoga visando ao empoderamento e prevenção deste segmento da população evitando situações de vulnerabilidade.
Portanto, baseado nas necessidades apresentadas pela população, a equipe técnica elaborou o Projeto de Implantação e Desenvolvimento do Centro Social Comunitário RECRIAR que é uma estrutura polivalente onde se desenvolve serviços e atividades, de uma forma planificada a fim de construir um polo de desenvolvimento com vistas a prevenção de problemas sociais e familiares, tendo como MISSÂO: Interagir e integrar as famílias, filhos e comunidade, de modo a prevenir situações de vulnerabilidade social, orientando-os no atendimento das demandas sócio educativo – cultural – fortalecendo valores morais e éticos.
Os projetos solicitados são: Inclusão Digital, Arte Musical: teclado, flauta, violão, iniciação musical, Percussão; Brinquedoteca, Roda de Conversa, além de atendimento psicológico individual e grupal, atendimento familiar, escola de pais, terapia comunitária. Para os pais; cursos profissionalizantes livres em parceria com o SESC.